sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

DEFICIÊNCIAS por Mário Quintana






 " 'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.

'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

'Surdo' é aquela que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

'Diabético' é quem não consegue ser doce.

'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:



' A amizade é um amor que nunca morre. "


Mário Quintana


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Subtil...mente







Subtilmente,
a lágrima correu-lhe pelo rosto e deixou um rasto de luz,
salgada...
correu...
deslizou,
ora rápida ora vagarosa,
mas deslizou até ao infinito...



Até à imortalidade...
lá só lá,
onde a noite é uma constante.
Onde a lua adormece e o sol acorda!



terça-feira, 1 de dezembro de 2009







" Um amigo é a resposta aos teus desejos.
Mas não o procures para matar o tempo!
Procura-o sempre para as horas vivas.
Porque ele deve preencher a tua necessidade,
mas não o teu vazio. "

 

Khalil Gibran
1883
 (Ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa)
 









quinta-feira, 26 de novembro de 2009








"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos,

mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força

jamais o resgata."


 Drummond de Andrade











 " Hoje

Não estou de bem pra ninguém

Marquei encontro com o silêncio

A tristeza veio também

Trouxe a saudade

E a esperança ainda vem...

Sentei-me ao lado do silêncio

Em frente da tristeza

A saudade ficou de lado

A esperança vem de certeza

O silêncio ficou mudo

A tristeza também

A saudade comeu tudo

A esperança já não vem

Hoje

Não estou... pra ninguém "


Excerto de poema de Maria de Lurdes Dias





terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque escondes a noite no teu ventre?







" Porque escondes a noite no teu ventre?
Nesse pais de sombra onde se calam as palavras.
Aí no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira



Eu desvendo a tua dor, o teu misterio
de caminhares assim calada e triste,
quando viajo em ti com as minhas mãos nuas e o coração louco
no mais fundo de ti, onde so tu existes.



Oh, eu percorro as tuas coxas devagar
dobrando-as lentamente contra o peito
e penetro em delirio a tua noite
esporeando éguas no teu sangue. "


Joaquim Pessoa

domingo, 22 de novembro de 2009

Esse sabor





" Diz-me de onde vens,
Escreve que eu não vejo...
Fica tarde...
Guarda-me um lugar
Nesse espaço teu,
Que uma vez provei e gostei...

Sento-me aqui,
Diz-me que me encontras...
Prendo-me aqui,
Em tons de negro,
Em tons do teu olhar,
Que uma vez provei e gostei...

E hoje o fio que nos une,
É mais que corrente,
É mais que navalha
Ferida e mastigada,
É mais do que um cordel...
É vendido, mais que isso, não te prende...

Foi-se a sobra de sentido que uma vez provei e gostei... "

Pedro Khima








Esta noite sete luas

sete luas cheias rolaram juntas nos céus.


Dançaram nuas sem pudor nem véus.


Vieram as estrelas,  as fadas e os anjos


deram-se as mãos e fizeram roda


à roda da lua sete vezes branca.


Vem meu amor, vem escutar o seu canto...


sexta-feira, 20 de novembro de 2009






" Somos feitos de carne,

mas temos de viver como se fossemos de ferro. "




Sigmund Freud

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Torekov Blues (Sweden)





Um presente para ti... Filho :)
Beijo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009






"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.

Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,

 a qualquer momento, ele pode voar."




Rubem Alves
 

Quando os filhos voam...








" Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo dos filhos ocorre por etapas.
O desmame,
os primeiros passos,
o primeiro dia na escola,
a primeira dormida fora de casa,
 a primeira viagem...


Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.

Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma. É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós.

É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.

Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.

Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.

Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.

Embarquei minha filha de 16 anos para um intercâmbio de 6 meses. Nesse ritual de passagem que me obriga a encarar o que preciso, agradeço essa incrível menina-mulher que com coragem tanto tem me ensinado. Dia-a-dia, com dor e amor, alegria e nostalgia, eu tenho aprendido sobre as asas e raízes que se revelam nos relacionamentos entre pais e filhos.

Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.

Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase.

Aprendo que tudo passa, menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno. Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver minha filha crescida, se assusta por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.

Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar. E não há estrada mais bela do que essa."



Deborah Dubner, em quando os filhos voam...

domingo, 15 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Faraway Voice





ErA uMa VeZ...





Eram 00.45 minutos do dia 12 de Novembro de 1966 Apenas tês quartos de hora após a meia noite... do dia de S. Martinho. Comiam-se castanhas e batatas doces e a agua-pé molhava as gargantas mais secas...

Porém na Rua josé Augusto Pimenta, uma Mãe dava ao mundo uma criança... e assim nasci EU!!!




 A 25 de Dezembro de 1966 decidiram baptizar-me...


A minha Madrinha e ...
Eu muita atenta a voz do padre... palavras sabias... talvez...





Dezembro de 1966

Ao colo da minha avó paterna.
O meu avô paterno e dois dos meus quatro primos,  com quem cresci na Rua Marquês de Pombal.
A menina da foto e eu, as unicas herdeiras de um patrimonio genetico pela linha paterna... caracteristica apenas nas duas raparigas mais velhas desta familia.







Mas os passeios com a Mãe eram fantásticos...





Era quando conseguíamos de facto,
estarmos apenas uma com a outra.

Sem o stress do trabalho, dos turnos na fabrica
Do stress das manhas em que ainda a dormir, saía de madrugada
ao teu colo para a casa da tia, para poderes ir trabalhar...
Antes da buzina da C.U.F tocar...
Num tempo não muito facil...




Mas na casa da tia (e madrinha), afinal ate era giro...
explorar o mundo pela janela até é interessante e instrutivo



Depois, ao fim de 3 anos as coisas mudam, não havendo telemoveis, recorria-se à rede fixa.
Nestes tempos, não havia ainda a geração sms...




Hoje... depois de tantos anos vividos...
projectos,
 sonhos,
aspirações,
 venturas e desventuras...
os filhos...
cresceram...

as esperanças de um dia melhor,
 diferente; desvanecem-se.

Já não ha projectos...
 nem a longo,
medio...
ou curto prazo...

Os dias passam rotineiros
iguais a sim mesmo, em tudo!

As saudades dos que ja partiram,
 às vezes sao maiores que Eu...

No entanto, sei que estão comigo...
 Estarão sempre...

porque os amei...
Porque ainda amo...

Deposito toda a minha fe,
e esperança na brisa que corre,
no sol, que envergonhado... se esconde.
Nas chuvas que afoitam as ruas vazias de vida
No luar...
 impassivel do momento...

E a solidão cresce...

Amanha... se Deus quiser... será outro dia...

Amanha... se Deus quiser...

 Nascerá mais um Novo Dia...



Parabens por 43 Anos de "Sobrevivencia"!


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lenda de S. Martinho





Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo,
quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada.


S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e,
em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo.

E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente,
 preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade.

Mas, subitamente, a tempestade desfez-se,
 o céu ficou límpido e um Sol de Estio inundou a terra de luz e calor.

Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo,
 todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum Sol quente e miraculoso.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Viver...




Viver é correr o risco de morrer.


Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos,

porque o maior perigo é não arriscar nada.


----//---

" Há pessoas que não correm nenhum risco,

não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões,

mas elas não conseguem nada,

não sentem nada, não mudam, não crescem,

não amam, não vivem .

Acorrentadas por suas atitudes,

elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!"



( Seneca orador romano 55 aC e 39 dC )

sábado, 7 de novembro de 2009






" Saudades de sentir teus lábios na minha pele …


E ver-te deslizar tocando cada fragmento de mim…

Loucuras divinas reciprocadas em saliva…

Envoltas em beijos ardentes…

Que se encontram enlaçadas em desejos omitidos…

Circundando balanços descontrolados em corpos

húmidos de prazer…


E escuta-se sussurros de palavras intensas

gastas pelo momento…

E sente-se suaves mordidelas numa intimidade assombrosa…

Criando lacunas de memória em que o tempo não tem tempo…

E a fascinação perdura até o suor escorrer arrefecido

por múltiplos orgasmos…"




C.S



 Por ternuras perdidas

Essencia perdida







Rasgos de memórias escritas com tinta

e absorvidas em papel…

linhas interminaveis descritas com pena fina

Palavras apagadas em recordações

...e recordações Sem Palavras

 desfeitas num tempo incerto…mas Real

Tempo que passa e não fica…

Que deixa sombras... e que assombram sonhos…

Momentos que ninguém lhes toca…

Sentidos que ninguém os sente…

Vozes mudas que entoam gritos…

E o tempo resvala entre os dedos…

Onde a minha essencia se perdeu…



sexta-feira, 6 de novembro de 2009





Nostalgias dos nossos delírios…



Onde as nossas entregas eram absolutas…


Ausência do teu toque mágico em que


amar era descobrir-se para além de um corpo…


Envolta nos meus lençóis imagino-te…


Deixando a essência sobrelevar-se…


Teu rosto enigmático guardo na minha memória


e minha mente recorda as insânias das tuas palavras…


E assim procuro-te num desassossego …


Numa espera sem regresso …





C.S
 ternurasperdidas





 "Deixando-me em carne viva…

E embriagada pelo sangue que me corre pelas veias,
automutilei as sílabas de cada palavra que as mantive omissas…
Desnuda de uma alma que em tempos se vestia
das melhores emoções que um interior poderia possuir…
Mas que se deixou exposta a um sol que somente
penetrou um olhar cego…
No falecer do tempo abraço-me a mim mesma
na ânsia de saciar uma carência interior…
E no frio da solidão desembrulho magicamente as palavras
que guardo na memória
que me recordam um alguém que me deu vida,
quando me julguei morta…"


C.S
ternurasperdidas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009







" As palavras que nunca te direi

São aquelas que sempre sonhei
Um dia vir a pronunciar
Mas que a vida me fez vetar

As palavras que nunca te direi
São castradas pela vergonha
Como se cobertas de peçonha
Impedidas de dizer por lei

As palavras que nunca te direi
São fruto do meu discernimento
Não apenas de um momento
De uma vida cruel que levei

As palavras que nunca te direi
São consequência de um desejo
De um espirito benfazejo
Mas que nunca verbalizei

As palavras que nunca te direi
Seriam puras como o amor
Seriam quentes como o ardor
Seriam envolventes como desejei

As palavras que nunca te direi
Seriam aquelas que desejei
Pois dentro de mim sempre senti
A necessidade que tenho de ti

As palavras que nunca te direi
Não sei se são partilhadas
Mas eternamente esperarei
Até poderem ser clamadas "

 Pedro de Sousa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

DoR dA aLmA





" É dor que queima, que arde e corrói!

É chama que inflama, magoa, dói...
É tristeza que chega de repente,
Numa invasão da alma que sente...
Um sonho perdido, uma ilusão que mente,
uma vida triste, calada, descontente!


Porque teu sorriso me embalou, enganou?
Se nada eu queria, nada eu pedia...
Dono de si, dono do amor , não me vias...
Porque em mim alimentastes o sonho, as alegrias?
Se o final da estrada já conhecias...??

Dor da alma, é dor que queima, que arde!
É vida tecida entre o sonho e a ilusão...
É asa cortada, é alma caída...
É a tristeza que o meu ser invade...
É saudade, é lagrima doída... é solidão!

Tenho que despertar deste pesadelo,
cessar meu choro, parar a tristeza...
Olhar o infinito e ler minha alma...
Minh'alma que clama, chama...
Alma que quer parar de amar....
Parar... buscar... recomeçar!

Que toquem as cornetas do mundo...
Ao som do reviver,
quero minh'alma curada,
e ver outro amor nascer...

Quero o brilho de volta, o som angelical,
sentir a esperança, poder amar!
Quero sentir o sol dentro de mim brilhar...

Quero olhar nos olhos do amor...
Sorrir... e ali, outra vez me encontrar!!! "



¯C. Quaresma¯



Quando te se sentires só...
Pensa que mesmo longe,

penso em ti...

Quando sentires tristeza...
Pensa que mesmo longe,

quero-te feliz...

Quando não conseguires sorrir...
Pensa que mesmo longe,

quero ver um sorriso teu...

Quando tua boca se aquietar...
Pensa que mesmo longe,

preciso das tuas palavras...

Quando te sentires sem forças...
Pensa que mesmo longe,

quero ver-te sempre forte.

Quando sentires saudades...
Pensa que mesmo vindo de longe,
estarei chegando para dizer

Que estou aqui...

domingo, 1 de novembro de 2009






Só tão alto quanto o que alcanço posso crescer,

Só tão longe quanto exploro posso chegar,

Só na profundidade para que olho posso ver,

Só à medida que sonho posso ser.


sábado, 31 de outubro de 2009





Sou parte do tudo

O pedaço feito de nada

Sou aquilo que mais temes
Por ser o que mais te agrada

Sou uma sombra sólida
Um caminho que não tem rumo
Sou as lágrimas de tempestade
Com o choro de trovão

Sou quem te nega um olhar
Mas te entrega o coração
Sou mais do que pensas
Mas menos do que realmente sou

Sou quem mais acerta
Por ser quem mais errou
Sou só, rodeada de amigos
Acompanhada sempre de solidão

Sou o que existe de mais real
Mas que é feito de ilusão
Sou uma peça nesse jogo da vida
Um leigo que sabe de tudo

Sou mais uma cara perdida
Em busca de paz neste mundo
 

O "Eu" de Florbela Espanca




" Eu sou a que no mundo anda perdida,



Eu sou a que na vida não tem norte,


Sou a irmã do Sonho, e desta sorte


Sou a crucificada… a dolorida…



Sombra de névoa ténue e esvaecida,


E que o destino, amargo, triste e forte,


Impele brutalmente para a morte!


Alma de luto sempre incompreendida!




Sou aquela que passa e ninguém vê…


Sou a que chamam triste sem o ser…


Sou a que chora sem saber porquê…




Sou talvez a visão que Alguém sonhou,


Alguém que veio ao mundo pra me ver


E que nunca na vida me encontrou! "



Florbela Espanca in:  Livro de Mágoas

Puedo escribir los versos mas tristes esta noche...

20 poemas de amor y una cancion desesperada" de Pablo Neruda

XX
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo.
Sentir que la he perdido.
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta.
A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro.
Será de otro.
Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro.
Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

Pablo Neruda

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A preto e Branco



A preto e branco... me abandono.

Alma que vagueia nas amarras da vida ... Sem Arte...

Sem amor...

Carente... de tudo...

Som de uma consciência forjada; Corrupta pelo embuste...

Dissemelhanças; dor,

Embriagues...

De amor Entorpecida ,

Envelhecendo velhos Erros ,

Espíritos sarcásticos vislumbram Essências de Estranhos.

Conceitos

Eternidade


Quero amar-te

Lágrimas circunstanciais...

Lágrimas e chuva ;

louca e intensamente Luto


Fugo de mim mesma.

Malditas insónias !

Meus desejos nas trevas do amor,

O beijo do fim do dia... seguinte

As Palavras soltas são meras Partículas de dor

Pecadora eternamente ...serei

Um Perfeito coração Por uma noite...

Querer,

abstracto,

Reciprocidade de vontades

Recordei-me de Saudades

De uma Sensualidade ocasional

Senti saudades...E não consigo explicar porquê...


Singularidade de intuições

Sobre ti...

Solidão.


Um brinde...

Um sentir amargo

Uma chama apagada

Utopia obscura...

Verdadeiramente Vestida de luto para o tempo...



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Gaivota...

Memórias...



(...) " Andava eu em investigações quando descobri um interessante texto feito um por trabalhador da empresa sobre a visita à respectiva colónia, que não resisto a postar, aqui fica ele:"Como é a Colónia de Férias da C.U.F., impressões da visita do pai de um colono,

"Ainda estou debaixo da agradável impressão causada pela minha visita de hoje à Colónia de Férias da C.U.F. em Almoçageme, perto de Colares. E fiquei tão satisfeito que não deixo de fazer algumas considerações.


Depois da camioneta nos deixar, caminha-se um pouco e pé e eis que surge a Colónia logo distinguida à distancia pelas letras CUF, implantadas no depósito que sobressai acima da vegetação. À entrada recebem-se senhas para a visita e indica-se o número do colono que se pretende ver.

Num pequeno edifício, quase mais um alpendre, as famílias aglomeram-se, esperam ansiosas. Vão olhando as lindas flores junto à entrada, os baloiços os «escorregas», todo um parque infantil espalhado por debaixo dum pinhal frondoso. Mas crianças... nem uma se vê.


Há comentários, perguntas, suposições, sobretudo da parte dos que têm ali os filhos pela primeira vez.Alguém grita:- Lá vêm eles!E toda a gente corre a espreitar. De facto, o ranchinho dos que têm visitas à espera avança vagarosamente, com as suas blusas verdes e os seus suestes sempre pendurados ao pescoço, pois quando o Sol espreita aquece mesmo.


Um frémito de emoção percorre o coração dos pais que já não vêem os filhos há uns dias. E parece-me que das centenas de pessoas ali presentes não houve uma sequer que ao ver o seu rebento não acenasse para ele, com fulgor nos olhos e alegria no coração.


Depois são os abraços e as clássicas perguntas «como estás tu», «tens passado bem?», «tens comido muito?», «tens tido saudades dos paizinhos?», e «estás tão queimado!», «queres ir-te embora?». Ir embora? Mas quem pensa nisso? Qual ir embora, qual deixar aquele ambiente!...É certo que alguns se agarram aos pais, choram, mas não são poucos.


A grande maioria, findos os primeiros momentos de certa estranheza até, e de tomarem contacto com os mimos e guloseimas oferecidos, começam a contar as suas aventuras, as suas brincadeiras.


Entretanto, por grupos, inicia-se a visita à Colónia com a indicação solicita dos monitores. E então é que é admirar. Magnificas instalações. Tudo impecável. Aqui a secretaria, ali a enfermaria, com médico diariamente, onde felizmente as camas estão quase sempre vazias, e o seu posto de socorros, com enfermeiro permanente, onde a pequenada vai tratar os arranhões, regressando toda satisfeita com as tiras de adesivo nos braços e nas pernas.


A seguir o edifício da Direcção da Colónia e também um enorme campo de jogos, onde as competições são bem acesas e se aproveita sempre a ocasião para se ensinar o lema do saber ganhar e do saber perder.Depois a cozinha, ampla, higiénica de funcionamento moderno, onde mãos hábeis despacham refeições para mais de 350 pessoas. De cada lado um vasto refeitório, arejado, das janelas dos quais, olhando em direcção ao mar, se desfruta uma soberba vista, logo realçada com canteiros mimosos cheios de flores garridas, lindíssimas e bem tratadas. Anexos aos refeitórios grandes baterias de lavatórios que se tornam bem necessários para despachar tanto garoto.


Agora o balneário, enorme na sua extensão, mas de tamanho reduzido no seu formato, atendendo à natureza, à idade dos colonos. Uma graça Também há uma biblioteca que tanto tem revistas e jornais acessiveis aos mais miudos, como livros para os mais velhinhos. Ao lado situa-se um salão geral, onde se ouve missa e também, fechada a zona onde está o altar, se reunem à noite para verem cinema ou para brincarem antes de se deitarem.


Mais ao lado, espalhados pelo meio dos eucaliptos, existem os alpendres resguardados, decorados pelas crianças sempre auxiliadas pelos monitores que são como uns irmãos mais velhos, que as vigiam e aproveitam todas as ocasiões para dar um bom conselho ou um bom ensinamento.


Estes monitores são devidamente preparados ao longo do ano, frequentando um curso que visa a sua formação pedagógica. E na verdade, a comprovar, está o facto de se verificar em todos os rapazes a maneira como se referem aos seus monitores, a quem tratam como verdadeiros camaradas.


Finalmente temos os dormitórios, que são pavilhões separados, disseminados entre arvores, plantas e flores, com arruamentos bem delineados.

Cada dormitório é formado por dois corpos ligados ao centro por um quarto onde ficam os monitores. Igualmente têm os anexos sanitários.

Cada uma das fofas camas daquele ambiente liliputiano tem uma caixa onde o colono tem as suas coisas. As camas são todas ligadas no sentido longitudinal dando um aspecto fora do vulgar. O pavimento brilha. Tudo é irrepreensivel, impecável, higiénico e confortável!


Finda a visita regressa-se ao ponto de partida e fica-se por ali pelo enorme parque infantil já mencionado acima. Há alegria, bulicio. É vê-los pulando, brincando, gritando, misturados com os familiares que os observam embevecidos.


Agora está um turno de rapazes, depois será um de meninas. São 320 de cada vez, divididos em 5 grupos de 64 com 4 monitores cada. Os grupos têm cada um sua cor, um nome ou divisa. Há os verdes, os vermelhos, os amarelos, os castanhos e os azuis. Distinguem-se pela indumentária. Os próprios monitores têm camisola da cor a que pertencem.


Cada grupo tem o seu dormitório, o seu alpendre e faz uma vida à parte, desenvolvendo um centro de interesse que pode ser desportivo, cultural ou botânico.A vida que ali se leva é sempre movimentada e salutar. Levantam-se cedo é certo, às sete e meia, mas também se deitam às vinte e duas ou vinte e uma e trinta, conforme têm ou não cinema. Vão às nova horas para a praia, descendo os trezentos e tal degraus implantados entre as rochas, fazem a sua ginástica antes do banho e passam o resto da manhã brincando em mais baloiços, mais argolas, em alegre convivio. Depois do almoço fazem duas horas de repouso.


Dois dias por semana têm canto coral com cantigas próprias para a sua idade. O resto do seu tempo é aproveitado nos jogos, nos trabalhos manuais, nas tarefas colectivas para o grupo e na brincadeira. Existem também uns regulares serviços religiosos com capelão permamente. Todavia, algum garoto que não professe a religião católica não é obrigado ao cumprimento de tais serviços. De vez em quando têm excursões pela serra e passeios ao exterior, visitando monumentos ou locais dignos de interesse.Vida sadia, de ar livre, de contacto com a Natureza, sem pensarem em livros, em contas, cópias ou ditados.


Sem preconceitos de indumentária, andando por vezes com camisolas e calções mais largos. É preciso é pular, cantar, viver os vinte dias de vida sã. Há ali rapazes do Barreiro, de Lisboa, de Alferrarede, do Porto, de todos os lados onde há familia CUF.


Há filhos de operários, de empregados, de chefes. Porque ali pròpriamente não estão só os que precisam de ter férias de campo e praia, férias que os pais lhes não possam proporcionar. Trata-se dum convivio que faz bem às crianças, dum ambiente em que têm de resolver já alguns assuntos por iniciativa própria sem estarem sempre a depender dos pais; ali passam sem os mimos mas passam também muitos dias sem ouvirem as habituais frases «não mexas aí», «está calado», «está quieto» e também sem apanharem o seu açoite...Chega finalmente o termo da visita. As famílias vão tomando o caminho da saída.


Há um ou outro pequeno que nessa altura é acometido duma pequena crise de choro. Mas é só um momento. Passado um bocado, distraído com os outros, já nem se lembra. A maioria, porém, despede-se à pressa dos familiares e vai terminar os jogos. Alguns até nem descem dos baloiços para não perderem o lugar...Sai-se com excelentes recordações. Não há duvida que todos os pais voltam descansados, confiantes. E tão bem impressionados que, ao deixar o portão da Colónia, só se houve murmurar...
- Até a mim me apetecia passar aqui uns dias!
E talvez sejam palavras ditas com senso..."

L.V.E


"(...) que tenham gostado, e que vos traga à memória o imaginário da Colónia (por quem lá passou). Depois de todas as experiências relatadas por varias pessoas, o mínimo que poderia fazer era colocar aqui este texto de forma a avivar esses tempos idos que todos vocês retêm na vossa memória e que daria para escrever um interessante livro sobre a Colónia de Férias da CUF. "


Ricardo Ferreira




Obrigado, a Ricardo Ferreira. Trouxeste-me à memória, sabores, sons, cheiros, canções, e sinfonias ... de há 26 anos atras... Fui Monitora desta belissima e qualificada Colonia de Ferias.




Vermelhas*

Quinta do Mar, Almoçageme, Sintra

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Tanto é esse minuto suspenso no ar

O sufoco que se prende nos passos

O beijo carregado de pedaços

De tanta memória para deixar voar...

Tanto é esse suspenso minuto cantado

Onde o tempo morre e permanece

Onde somos poder e prece

De tanto o futuro ainda ser passado...

Tanto é cada silêncio do teu nome outra vez saudade.

Novamente eterno.

Outra vez suspiro preso no calor do Inverno.

De tanto ser este tanto que me consome...

Tanto é o poema aberto em mim

O mistério e a estrada da falésia em flor

O bater das ondas dentro do peito e o amor

De tudo ser tanto e nunca ter fim..."

Pedro Branco

DasPalavrasAtravésdosOutros

domingo, 18 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

Noturno de Saudade



"Fecho-me no coração de mais uma noite


E é de mármore-rosa,


o seu hálito solto de noite insone feita para olhar o mundo de um terraço suspenso da
memória à beira de um céu de alazões de chumbo.


Suavemente percorro o caminho das tuas mãos e encontro estrelas bordadas a silêncio e são


apenas espinhos que ficaram dos teus passos.


O murmúrio da cidade traz-me vozes extintas, como nessa outra noite de todos os prodígios


quando nos cobrimos de flores do rio e se quebraram no chão todas as raízes e nos abeirámos
da morte para rir dos pássaros de olhar resoluto e frio...


Resumo-me a espantar na dor o pó dos meus dias e a ouvir aquele marulhar da memória que


escorre nas horas de cascatas desmedidas, quando a curva do tempo me traz nas suas águas,
o teu olhar azul-ametista reflectido .

Então sei qual a cor da ternura e o vazio dos penhascos desfeitos de erosão.


Invento-te assim brisa de Verão como carícia, como verbo,
como liga de metais ou fusão de pedrarias, na incandescência de um desejo
que escorre dos teus olhos para os meus dedos sem forma de palavra esvaída.


Apenas uma Lua peregrina assoma ao céu do teu olhar,
quando falas e sorris para lá do vento.


E o silêncio é de seda, como o toque dos meus dedos nos momentos de pedra,
ou arrepio, coisa breve, mais fresca que espraiar de maresia...


Liberto os pássaros da memória e adormeço-te no meu peito como pergaminho desfeito pelo


tempo ou pelo suor acre do meu corpo... e assim sonho o teu olhar imensamente louco...

Uma noite de estrelas a quem passar..."



IN: Poemas de trazer por casa e outras historias