sábado, 31 de outubro de 2009





Sou parte do tudo

O pedaço feito de nada

Sou aquilo que mais temes
Por ser o que mais te agrada

Sou uma sombra sólida
Um caminho que não tem rumo
Sou as lágrimas de tempestade
Com o choro de trovão

Sou quem te nega um olhar
Mas te entrega o coração
Sou mais do que pensas
Mas menos do que realmente sou

Sou quem mais acerta
Por ser quem mais errou
Sou só, rodeada de amigos
Acompanhada sempre de solidão

Sou o que existe de mais real
Mas que é feito de ilusão
Sou uma peça nesse jogo da vida
Um leigo que sabe de tudo

Sou mais uma cara perdida
Em busca de paz neste mundo
 

O "Eu" de Florbela Espanca




" Eu sou a que no mundo anda perdida,



Eu sou a que na vida não tem norte,


Sou a irmã do Sonho, e desta sorte


Sou a crucificada… a dolorida…



Sombra de névoa ténue e esvaecida,


E que o destino, amargo, triste e forte,


Impele brutalmente para a morte!


Alma de luto sempre incompreendida!




Sou aquela que passa e ninguém vê…


Sou a que chamam triste sem o ser…


Sou a que chora sem saber porquê…




Sou talvez a visão que Alguém sonhou,


Alguém que veio ao mundo pra me ver


E que nunca na vida me encontrou! "



Florbela Espanca in:  Livro de Mágoas

Puedo escribir los versos mas tristes esta noche...

20 poemas de amor y una cancion desesperada" de Pablo Neruda

XX
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo.
Sentir que la he perdido.
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta.
A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro.
Será de otro.
Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro.
Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

Pablo Neruda

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A preto e Branco



A preto e branco... me abandono.

Alma que vagueia nas amarras da vida ... Sem Arte...

Sem amor...

Carente... de tudo...

Som de uma consciência forjada; Corrupta pelo embuste...

Dissemelhanças; dor,

Embriagues...

De amor Entorpecida ,

Envelhecendo velhos Erros ,

Espíritos sarcásticos vislumbram Essências de Estranhos.

Conceitos

Eternidade


Quero amar-te

Lágrimas circunstanciais...

Lágrimas e chuva ;

louca e intensamente Luto


Fugo de mim mesma.

Malditas insónias !

Meus desejos nas trevas do amor,

O beijo do fim do dia... seguinte

As Palavras soltas são meras Partículas de dor

Pecadora eternamente ...serei

Um Perfeito coração Por uma noite...

Querer,

abstracto,

Reciprocidade de vontades

Recordei-me de Saudades

De uma Sensualidade ocasional

Senti saudades...E não consigo explicar porquê...


Singularidade de intuições

Sobre ti...

Solidão.


Um brinde...

Um sentir amargo

Uma chama apagada

Utopia obscura...

Verdadeiramente Vestida de luto para o tempo...



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Gaivota...

Memórias...



(...) " Andava eu em investigações quando descobri um interessante texto feito um por trabalhador da empresa sobre a visita à respectiva colónia, que não resisto a postar, aqui fica ele:"Como é a Colónia de Férias da C.U.F., impressões da visita do pai de um colono,

"Ainda estou debaixo da agradável impressão causada pela minha visita de hoje à Colónia de Férias da C.U.F. em Almoçageme, perto de Colares. E fiquei tão satisfeito que não deixo de fazer algumas considerações.


Depois da camioneta nos deixar, caminha-se um pouco e pé e eis que surge a Colónia logo distinguida à distancia pelas letras CUF, implantadas no depósito que sobressai acima da vegetação. À entrada recebem-se senhas para a visita e indica-se o número do colono que se pretende ver.

Num pequeno edifício, quase mais um alpendre, as famílias aglomeram-se, esperam ansiosas. Vão olhando as lindas flores junto à entrada, os baloiços os «escorregas», todo um parque infantil espalhado por debaixo dum pinhal frondoso. Mas crianças... nem uma se vê.


Há comentários, perguntas, suposições, sobretudo da parte dos que têm ali os filhos pela primeira vez.Alguém grita:- Lá vêm eles!E toda a gente corre a espreitar. De facto, o ranchinho dos que têm visitas à espera avança vagarosamente, com as suas blusas verdes e os seus suestes sempre pendurados ao pescoço, pois quando o Sol espreita aquece mesmo.


Um frémito de emoção percorre o coração dos pais que já não vêem os filhos há uns dias. E parece-me que das centenas de pessoas ali presentes não houve uma sequer que ao ver o seu rebento não acenasse para ele, com fulgor nos olhos e alegria no coração.


Depois são os abraços e as clássicas perguntas «como estás tu», «tens passado bem?», «tens comido muito?», «tens tido saudades dos paizinhos?», e «estás tão queimado!», «queres ir-te embora?». Ir embora? Mas quem pensa nisso? Qual ir embora, qual deixar aquele ambiente!...É certo que alguns se agarram aos pais, choram, mas não são poucos.


A grande maioria, findos os primeiros momentos de certa estranheza até, e de tomarem contacto com os mimos e guloseimas oferecidos, começam a contar as suas aventuras, as suas brincadeiras.


Entretanto, por grupos, inicia-se a visita à Colónia com a indicação solicita dos monitores. E então é que é admirar. Magnificas instalações. Tudo impecável. Aqui a secretaria, ali a enfermaria, com médico diariamente, onde felizmente as camas estão quase sempre vazias, e o seu posto de socorros, com enfermeiro permanente, onde a pequenada vai tratar os arranhões, regressando toda satisfeita com as tiras de adesivo nos braços e nas pernas.


A seguir o edifício da Direcção da Colónia e também um enorme campo de jogos, onde as competições são bem acesas e se aproveita sempre a ocasião para se ensinar o lema do saber ganhar e do saber perder.Depois a cozinha, ampla, higiénica de funcionamento moderno, onde mãos hábeis despacham refeições para mais de 350 pessoas. De cada lado um vasto refeitório, arejado, das janelas dos quais, olhando em direcção ao mar, se desfruta uma soberba vista, logo realçada com canteiros mimosos cheios de flores garridas, lindíssimas e bem tratadas. Anexos aos refeitórios grandes baterias de lavatórios que se tornam bem necessários para despachar tanto garoto.


Agora o balneário, enorme na sua extensão, mas de tamanho reduzido no seu formato, atendendo à natureza, à idade dos colonos. Uma graça Também há uma biblioteca que tanto tem revistas e jornais acessiveis aos mais miudos, como livros para os mais velhinhos. Ao lado situa-se um salão geral, onde se ouve missa e também, fechada a zona onde está o altar, se reunem à noite para verem cinema ou para brincarem antes de se deitarem.


Mais ao lado, espalhados pelo meio dos eucaliptos, existem os alpendres resguardados, decorados pelas crianças sempre auxiliadas pelos monitores que são como uns irmãos mais velhos, que as vigiam e aproveitam todas as ocasiões para dar um bom conselho ou um bom ensinamento.


Estes monitores são devidamente preparados ao longo do ano, frequentando um curso que visa a sua formação pedagógica. E na verdade, a comprovar, está o facto de se verificar em todos os rapazes a maneira como se referem aos seus monitores, a quem tratam como verdadeiros camaradas.


Finalmente temos os dormitórios, que são pavilhões separados, disseminados entre arvores, plantas e flores, com arruamentos bem delineados.

Cada dormitório é formado por dois corpos ligados ao centro por um quarto onde ficam os monitores. Igualmente têm os anexos sanitários.

Cada uma das fofas camas daquele ambiente liliputiano tem uma caixa onde o colono tem as suas coisas. As camas são todas ligadas no sentido longitudinal dando um aspecto fora do vulgar. O pavimento brilha. Tudo é irrepreensivel, impecável, higiénico e confortável!


Finda a visita regressa-se ao ponto de partida e fica-se por ali pelo enorme parque infantil já mencionado acima. Há alegria, bulicio. É vê-los pulando, brincando, gritando, misturados com os familiares que os observam embevecidos.


Agora está um turno de rapazes, depois será um de meninas. São 320 de cada vez, divididos em 5 grupos de 64 com 4 monitores cada. Os grupos têm cada um sua cor, um nome ou divisa. Há os verdes, os vermelhos, os amarelos, os castanhos e os azuis. Distinguem-se pela indumentária. Os próprios monitores têm camisola da cor a que pertencem.


Cada grupo tem o seu dormitório, o seu alpendre e faz uma vida à parte, desenvolvendo um centro de interesse que pode ser desportivo, cultural ou botânico.A vida que ali se leva é sempre movimentada e salutar. Levantam-se cedo é certo, às sete e meia, mas também se deitam às vinte e duas ou vinte e uma e trinta, conforme têm ou não cinema. Vão às nova horas para a praia, descendo os trezentos e tal degraus implantados entre as rochas, fazem a sua ginástica antes do banho e passam o resto da manhã brincando em mais baloiços, mais argolas, em alegre convivio. Depois do almoço fazem duas horas de repouso.


Dois dias por semana têm canto coral com cantigas próprias para a sua idade. O resto do seu tempo é aproveitado nos jogos, nos trabalhos manuais, nas tarefas colectivas para o grupo e na brincadeira. Existem também uns regulares serviços religiosos com capelão permamente. Todavia, algum garoto que não professe a religião católica não é obrigado ao cumprimento de tais serviços. De vez em quando têm excursões pela serra e passeios ao exterior, visitando monumentos ou locais dignos de interesse.Vida sadia, de ar livre, de contacto com a Natureza, sem pensarem em livros, em contas, cópias ou ditados.


Sem preconceitos de indumentária, andando por vezes com camisolas e calções mais largos. É preciso é pular, cantar, viver os vinte dias de vida sã. Há ali rapazes do Barreiro, de Lisboa, de Alferrarede, do Porto, de todos os lados onde há familia CUF.


Há filhos de operários, de empregados, de chefes. Porque ali pròpriamente não estão só os que precisam de ter férias de campo e praia, férias que os pais lhes não possam proporcionar. Trata-se dum convivio que faz bem às crianças, dum ambiente em que têm de resolver já alguns assuntos por iniciativa própria sem estarem sempre a depender dos pais; ali passam sem os mimos mas passam também muitos dias sem ouvirem as habituais frases «não mexas aí», «está calado», «está quieto» e também sem apanharem o seu açoite...Chega finalmente o termo da visita. As famílias vão tomando o caminho da saída.


Há um ou outro pequeno que nessa altura é acometido duma pequena crise de choro. Mas é só um momento. Passado um bocado, distraído com os outros, já nem se lembra. A maioria, porém, despede-se à pressa dos familiares e vai terminar os jogos. Alguns até nem descem dos baloiços para não perderem o lugar...Sai-se com excelentes recordações. Não há duvida que todos os pais voltam descansados, confiantes. E tão bem impressionados que, ao deixar o portão da Colónia, só se houve murmurar...
- Até a mim me apetecia passar aqui uns dias!
E talvez sejam palavras ditas com senso..."

L.V.E


"(...) que tenham gostado, e que vos traga à memória o imaginário da Colónia (por quem lá passou). Depois de todas as experiências relatadas por varias pessoas, o mínimo que poderia fazer era colocar aqui este texto de forma a avivar esses tempos idos que todos vocês retêm na vossa memória e que daria para escrever um interessante livro sobre a Colónia de Férias da CUF. "


Ricardo Ferreira




Obrigado, a Ricardo Ferreira. Trouxeste-me à memória, sabores, sons, cheiros, canções, e sinfonias ... de há 26 anos atras... Fui Monitora desta belissima e qualificada Colonia de Ferias.




Vermelhas*

Quinta do Mar, Almoçageme, Sintra

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Tanto é esse minuto suspenso no ar

O sufoco que se prende nos passos

O beijo carregado de pedaços

De tanta memória para deixar voar...

Tanto é esse suspenso minuto cantado

Onde o tempo morre e permanece

Onde somos poder e prece

De tanto o futuro ainda ser passado...

Tanto é cada silêncio do teu nome outra vez saudade.

Novamente eterno.

Outra vez suspiro preso no calor do Inverno.

De tanto ser este tanto que me consome...

Tanto é o poema aberto em mim

O mistério e a estrada da falésia em flor

O bater das ondas dentro do peito e o amor

De tudo ser tanto e nunca ter fim..."

Pedro Branco

DasPalavrasAtravésdosOutros

domingo, 18 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

Noturno de Saudade



"Fecho-me no coração de mais uma noite


E é de mármore-rosa,


o seu hálito solto de noite insone feita para olhar o mundo de um terraço suspenso da
memória à beira de um céu de alazões de chumbo.


Suavemente percorro o caminho das tuas mãos e encontro estrelas bordadas a silêncio e são


apenas espinhos que ficaram dos teus passos.


O murmúrio da cidade traz-me vozes extintas, como nessa outra noite de todos os prodígios


quando nos cobrimos de flores do rio e se quebraram no chão todas as raízes e nos abeirámos
da morte para rir dos pássaros de olhar resoluto e frio...


Resumo-me a espantar na dor o pó dos meus dias e a ouvir aquele marulhar da memória que


escorre nas horas de cascatas desmedidas, quando a curva do tempo me traz nas suas águas,
o teu olhar azul-ametista reflectido .

Então sei qual a cor da ternura e o vazio dos penhascos desfeitos de erosão.


Invento-te assim brisa de Verão como carícia, como verbo,
como liga de metais ou fusão de pedrarias, na incandescência de um desejo
que escorre dos teus olhos para os meus dedos sem forma de palavra esvaída.


Apenas uma Lua peregrina assoma ao céu do teu olhar,
quando falas e sorris para lá do vento.


E o silêncio é de seda, como o toque dos meus dedos nos momentos de pedra,
ou arrepio, coisa breve, mais fresca que espraiar de maresia...


Liberto os pássaros da memória e adormeço-te no meu peito como pergaminho desfeito pelo


tempo ou pelo suor acre do meu corpo... e assim sonho o teu olhar imensamente louco...

Uma noite de estrelas a quem passar..."



IN: Poemas de trazer por casa e outras historias



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Amor Aflito



"Uma mão aberta, um tronco, os olhos que se esquivam por detrás de um espelho.


Se não fosse o branco das paredes tudo sucumbiria.


Mas quem fala sobre o branco, sobre o lugar onde a mão larga agarra o tronco?


Só o que se partilha cresce.


Nada de mais próximo, nada de mais distante do que duas almas que se amam.


Destrói a tua casa e constrói um barco, digo-te.

Os teus cabelos negros são os laços que me atam e desatam, que me arrastam.


Bicho do mar, ave subitamente esvoaçando no ar, tu ergues-te sobre a minha melancolia.


A tua boca é a minha entrada para a asfixia.


Porque vagueias tu pelo deserto em busca do vento?


Porque persegues a tua sombra?


Não encontrarás essa vida que procuras, porque nada permanece.


Do longe chega uma vontade de chorar sem que se saiba o motivo.


O tempo, que tudo promete ao esquecimento, quando virá ele em meu auxílio?

O teu corpo, luz sobre a cama.


A escuridão chegará de um momento para o outro e tu perdes-te,


minha amada, sobre os lençóis num sono que enche a noite.


Enroscada como um animal perigoso que ao menor toque atacaria, a luz dos olhos fechada sob as


pálpebras docemente descidas.


Ainda se vê, no escuro, o seu fulgor.


Não sei onde está aquela que eu persigo, por onde se passeia, erguida e nítida, quais os desejos de


que se alimenta e os prazeres de que se constrói.


Não sei que paisagens a acolhem, que língua humana fala.


O teu corpo despido, estendido a meu lado, preste o ataque.


Tão frágil que me impede de lhe tocar.


Um imenso desejo.


A noite toma-te sem fazer perguntas. (...)"




In Pedro Paixão

Amor Aflito

Deus criou o mundo porque gosta de historias





Que sejas Feliz



O encanto da vida

depende unicamente das boas amizades que cultivamos...

Ser amigo, não é coisa de um dia!

São gestos, palavras,

sentimentos e

sobretudo actos, que se solidificam no tempo,

e jamais se apagam!

Que sejas feliz a cada dia...

Que possas sorrir, sempre que alguem precisar do teu sorriso...

Que o teu coração seja povoado de bons sentimentos...

Que cada pôr-do-sol leve consigo as desilusões do dia que passou...

Que cada novo amanhecer,

seja sempre uma nova oportunidade de recomeçar...

Que sejas Feliz!!!
Não só hoje... Mas

A vida inteira!



Obrigado a Victor Graça.

( Os amigos são um amparo, mas muitas vezes...são o nosso proprio chão)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Paixão...




" A paixão é uma lotaria


é sorte é noite e dia


parece a morte mas remexe a vida


é sofrida, dolorosa, a paixão é gostosa, palpavel, agradavel, dengosa,


é pra vida inteira e sempre acaba de repente mas nunca mais se esquece


a paixão merece uma reflexão, um estudo profundo é gananciosa


se acha sempre a maior do mundo, maior que o mundo pretenciosa vem do nada


como um assalto uma surpresa supera todos os percautos


impera e quando desce do salto sai de baixo o mundo vem abaixo poderosa


a paixão é misteriosa prosa mentirosa arrogante


a paixão é para os amantes os grandes amantes famintos


é quase um instinto uma fera quando ferida ela é uma ferida que nunca cicatriza


a paixão não brinca nem ameniza quer sempre tudo e muito mais do que pode ter


a paixão é sofrer


é doce dietética emagrece é um vento contrário é coisa de otário coisa de bobo


a paixão é um engodo um engano pena que só se descobre depois


a paixão é os dois é um jogo uma roleta russa a paixão esmiussa subtrai contrai o peito


a paixão é feito um grande furacão nunca aceita um não as vezes nem um sim


a paixão é assim contraditória maluca um tiro na nuca uma bala perdida


a paixão é ...


é um ice cream soda suave saborosa um bate papo num bar um chopp ou mais


a paixão é demais um sortilégio


um sacrilégio um privilégio um fantasma assustador familiar


a paixão é vulgar xinga passa a lingua e depois de tudo ainda ri de voce


a paixão é ridicula sempre quando acaba é chuvosa, ensolarada


mas venta muito e quebra todos os vidros a paixão é um vidro muito fino


um cristal delicado é normal mas só no começo não tem endereço


a paixão só quer sexo mas não pelo sexo pela paixão a paixão não se entrega e se for preciso nega


de pés juntos


a paixão faz a festa testa, testa e não se conforma a paixão nunca retorna nunca dá outra chance


dá sempre o último lance é vencedora e nunca se dá por vencida se finge de amiga mas aos


poucos invade domina deixa cego domina o Ego


a paixão alucina enlouquece nunca envelhece nunca termina
como acontece com a dor e toda paixão que se preze e persiste
sempre vira amor."


Jose luis B.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Elfos e Duendes...




Acordam os amores

No reino da paixão

São elfos e duendes que

Nos levam pela mão

Jardim


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

In my secret life

I saw you this morning. You were moving so fast.

Can't seem to loosen my grip on the past.

And I miss you so much

There's no one in sight.

And we're still making love

In my secret life...

I smile when I'm angry. I cheat and I lie.

I do what I have to do to get by.

But I know what is wrong. And I know what is right.

And I'd die for the truth

In my secret life...

Hold on, hold on, my brother. My sister, hold on tight.

I finally got my orders.

I'll be marching through the morning, marching through the night,

Moving cross the borders

Of my secret life...

Looked through the paper.

Makes you want to cry.

Nobody cares if the people live or die.

And the dealer wants you thinking that it's either black or white.

Thank God it's not that simple

In my secret life...

I bite my lip.

I buy what I'm told:

From the latest hit,

To the wisdom of old.

But I'm always alone. And my heart is like ice.

And it's crowded and cold

In my secret life...

Leonard Cohen

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O sal da língua






" Escuta,


escuta: tenho ainda

uma coisa a dizer.

Não é importante, eu sei, não vai

salvar o mundo, não mudará

a vida de ninguém - mas quem

é hoje capaz de salvar o mundo

ou apenas mudar o sentido

da vida de alguém?

Escuta-me, não te demoro.

É coisa pouca, como a chuvinha

que vem vindo devagar.

São três, quatro palavras, pouco

mais. Palavras que te quero confiar,

para que não se extinga o seu lume,

o seu lume breve.

Palavras que muito amei,

que talvez ame ainda.

Elas são a casa, o sal da língua. "




Eugénio de Andrade



terça-feira, 6 de outubro de 2009



"Não deixes que a vida passe em branco (...)"


Fernando Pessoa

Que...




Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que triste

Que quem amo seja para sempre amado

Mesmo que distante...

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a alguém inundado de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corroí por dentro

Seja um dia recompensada

Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste,

e que o convívio comigo mesma se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Para me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia

E a outra metade é canção.


E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também.


Adaptação; " palavras anónimas "

sábado, 3 de outubro de 2009




Cada sonho, um degrau...


Cada passo, um risco...


Cada erro, uma oportunidade de aprender!


Sorria e se errar,


levanta,


sacode a poeira e dá a volta por cima!



De alguem...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009