quinta-feira, 26 de novembro de 2009








"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos,

mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força

jamais o resgata."


 Drummond de Andrade











 " Hoje

Não estou de bem pra ninguém

Marquei encontro com o silêncio

A tristeza veio também

Trouxe a saudade

E a esperança ainda vem...

Sentei-me ao lado do silêncio

Em frente da tristeza

A saudade ficou de lado

A esperança vem de certeza

O silêncio ficou mudo

A tristeza também

A saudade comeu tudo

A esperança já não vem

Hoje

Não estou... pra ninguém "


Excerto de poema de Maria de Lurdes Dias





terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque escondes a noite no teu ventre?







" Porque escondes a noite no teu ventre?
Nesse pais de sombra onde se calam as palavras.
Aí no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira



Eu desvendo a tua dor, o teu misterio
de caminhares assim calada e triste,
quando viajo em ti com as minhas mãos nuas e o coração louco
no mais fundo de ti, onde so tu existes.



Oh, eu percorro as tuas coxas devagar
dobrando-as lentamente contra o peito
e penetro em delirio a tua noite
esporeando éguas no teu sangue. "


Joaquim Pessoa

domingo, 22 de novembro de 2009

Esse sabor





" Diz-me de onde vens,
Escreve que eu não vejo...
Fica tarde...
Guarda-me um lugar
Nesse espaço teu,
Que uma vez provei e gostei...

Sento-me aqui,
Diz-me que me encontras...
Prendo-me aqui,
Em tons de negro,
Em tons do teu olhar,
Que uma vez provei e gostei...

E hoje o fio que nos une,
É mais que corrente,
É mais que navalha
Ferida e mastigada,
É mais do que um cordel...
É vendido, mais que isso, não te prende...

Foi-se a sobra de sentido que uma vez provei e gostei... "

Pedro Khima








Esta noite sete luas

sete luas cheias rolaram juntas nos céus.


Dançaram nuas sem pudor nem véus.


Vieram as estrelas,  as fadas e os anjos


deram-se as mãos e fizeram roda


à roda da lua sete vezes branca.


Vem meu amor, vem escutar o seu canto...


sexta-feira, 20 de novembro de 2009






" Somos feitos de carne,

mas temos de viver como se fossemos de ferro. "




Sigmund Freud

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Torekov Blues (Sweden)





Um presente para ti... Filho :)
Beijo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009






"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.

Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,

 a qualquer momento, ele pode voar."




Rubem Alves
 

Quando os filhos voam...








" Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo dos filhos ocorre por etapas.
O desmame,
os primeiros passos,
o primeiro dia na escola,
a primeira dormida fora de casa,
 a primeira viagem...


Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.

Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma. É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós.

É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.

Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.

Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.

Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.

Embarquei minha filha de 16 anos para um intercâmbio de 6 meses. Nesse ritual de passagem que me obriga a encarar o que preciso, agradeço essa incrível menina-mulher que com coragem tanto tem me ensinado. Dia-a-dia, com dor e amor, alegria e nostalgia, eu tenho aprendido sobre as asas e raízes que se revelam nos relacionamentos entre pais e filhos.

Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.

Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase.

Aprendo que tudo passa, menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno. Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver minha filha crescida, se assusta por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.

Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar. E não há estrada mais bela do que essa."



Deborah Dubner, em quando os filhos voam...

domingo, 15 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Faraway Voice





ErA uMa VeZ...





Eram 00.45 minutos do dia 12 de Novembro de 1966 Apenas tês quartos de hora após a meia noite... do dia de S. Martinho. Comiam-se castanhas e batatas doces e a agua-pé molhava as gargantas mais secas...

Porém na Rua josé Augusto Pimenta, uma Mãe dava ao mundo uma criança... e assim nasci EU!!!




 A 25 de Dezembro de 1966 decidiram baptizar-me...


A minha Madrinha e ...
Eu muita atenta a voz do padre... palavras sabias... talvez...





Dezembro de 1966

Ao colo da minha avó paterna.
O meu avô paterno e dois dos meus quatro primos,  com quem cresci na Rua Marquês de Pombal.
A menina da foto e eu, as unicas herdeiras de um patrimonio genetico pela linha paterna... caracteristica apenas nas duas raparigas mais velhas desta familia.







Mas os passeios com a Mãe eram fantásticos...





Era quando conseguíamos de facto,
estarmos apenas uma com a outra.

Sem o stress do trabalho, dos turnos na fabrica
Do stress das manhas em que ainda a dormir, saía de madrugada
ao teu colo para a casa da tia, para poderes ir trabalhar...
Antes da buzina da C.U.F tocar...
Num tempo não muito facil...




Mas na casa da tia (e madrinha), afinal ate era giro...
explorar o mundo pela janela até é interessante e instrutivo



Depois, ao fim de 3 anos as coisas mudam, não havendo telemoveis, recorria-se à rede fixa.
Nestes tempos, não havia ainda a geração sms...




Hoje... depois de tantos anos vividos...
projectos,
 sonhos,
aspirações,
 venturas e desventuras...
os filhos...
cresceram...

as esperanças de um dia melhor,
 diferente; desvanecem-se.

Já não ha projectos...
 nem a longo,
medio...
ou curto prazo...

Os dias passam rotineiros
iguais a sim mesmo, em tudo!

As saudades dos que ja partiram,
 às vezes sao maiores que Eu...

No entanto, sei que estão comigo...
 Estarão sempre...

porque os amei...
Porque ainda amo...

Deposito toda a minha fe,
e esperança na brisa que corre,
no sol, que envergonhado... se esconde.
Nas chuvas que afoitam as ruas vazias de vida
No luar...
 impassivel do momento...

E a solidão cresce...

Amanha... se Deus quiser... será outro dia...

Amanha... se Deus quiser...

 Nascerá mais um Novo Dia...



Parabens por 43 Anos de "Sobrevivencia"!


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lenda de S. Martinho





Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo,
quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada.


S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e,
em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo.

E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente,
 preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade.

Mas, subitamente, a tempestade desfez-se,
 o céu ficou límpido e um Sol de Estio inundou a terra de luz e calor.

Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo,
 todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum Sol quente e miraculoso.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Viver...




Viver é correr o risco de morrer.


Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos,

porque o maior perigo é não arriscar nada.


----//---

" Há pessoas que não correm nenhum risco,

não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões,

mas elas não conseguem nada,

não sentem nada, não mudam, não crescem,

não amam, não vivem .

Acorrentadas por suas atitudes,

elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!"



( Seneca orador romano 55 aC e 39 dC )

sábado, 7 de novembro de 2009






" Saudades de sentir teus lábios na minha pele …


E ver-te deslizar tocando cada fragmento de mim…

Loucuras divinas reciprocadas em saliva…

Envoltas em beijos ardentes…

Que se encontram enlaçadas em desejos omitidos…

Circundando balanços descontrolados em corpos

húmidos de prazer…


E escuta-se sussurros de palavras intensas

gastas pelo momento…

E sente-se suaves mordidelas numa intimidade assombrosa…

Criando lacunas de memória em que o tempo não tem tempo…

E a fascinação perdura até o suor escorrer arrefecido

por múltiplos orgasmos…"




C.S



 Por ternuras perdidas

Essencia perdida







Rasgos de memórias escritas com tinta

e absorvidas em papel…

linhas interminaveis descritas com pena fina

Palavras apagadas em recordações

...e recordações Sem Palavras

 desfeitas num tempo incerto…mas Real

Tempo que passa e não fica…

Que deixa sombras... e que assombram sonhos…

Momentos que ninguém lhes toca…

Sentidos que ninguém os sente…

Vozes mudas que entoam gritos…

E o tempo resvala entre os dedos…

Onde a minha essencia se perdeu…



sexta-feira, 6 de novembro de 2009





Nostalgias dos nossos delírios…



Onde as nossas entregas eram absolutas…


Ausência do teu toque mágico em que


amar era descobrir-se para além de um corpo…


Envolta nos meus lençóis imagino-te…


Deixando a essência sobrelevar-se…


Teu rosto enigmático guardo na minha memória


e minha mente recorda as insânias das tuas palavras…


E assim procuro-te num desassossego …


Numa espera sem regresso …





C.S
 ternurasperdidas





 "Deixando-me em carne viva…

E embriagada pelo sangue que me corre pelas veias,
automutilei as sílabas de cada palavra que as mantive omissas…
Desnuda de uma alma que em tempos se vestia
das melhores emoções que um interior poderia possuir…
Mas que se deixou exposta a um sol que somente
penetrou um olhar cego…
No falecer do tempo abraço-me a mim mesma
na ânsia de saciar uma carência interior…
E no frio da solidão desembrulho magicamente as palavras
que guardo na memória
que me recordam um alguém que me deu vida,
quando me julguei morta…"


C.S
ternurasperdidas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009







" As palavras que nunca te direi

São aquelas que sempre sonhei
Um dia vir a pronunciar
Mas que a vida me fez vetar

As palavras que nunca te direi
São castradas pela vergonha
Como se cobertas de peçonha
Impedidas de dizer por lei

As palavras que nunca te direi
São fruto do meu discernimento
Não apenas de um momento
De uma vida cruel que levei

As palavras que nunca te direi
São consequência de um desejo
De um espirito benfazejo
Mas que nunca verbalizei

As palavras que nunca te direi
Seriam puras como o amor
Seriam quentes como o ardor
Seriam envolventes como desejei

As palavras que nunca te direi
Seriam aquelas que desejei
Pois dentro de mim sempre senti
A necessidade que tenho de ti

As palavras que nunca te direi
Não sei se são partilhadas
Mas eternamente esperarei
Até poderem ser clamadas "

 Pedro de Sousa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

DoR dA aLmA





" É dor que queima, que arde e corrói!

É chama que inflama, magoa, dói...
É tristeza que chega de repente,
Numa invasão da alma que sente...
Um sonho perdido, uma ilusão que mente,
uma vida triste, calada, descontente!


Porque teu sorriso me embalou, enganou?
Se nada eu queria, nada eu pedia...
Dono de si, dono do amor , não me vias...
Porque em mim alimentastes o sonho, as alegrias?
Se o final da estrada já conhecias...??

Dor da alma, é dor que queima, que arde!
É vida tecida entre o sonho e a ilusão...
É asa cortada, é alma caída...
É a tristeza que o meu ser invade...
É saudade, é lagrima doída... é solidão!

Tenho que despertar deste pesadelo,
cessar meu choro, parar a tristeza...
Olhar o infinito e ler minha alma...
Minh'alma que clama, chama...
Alma que quer parar de amar....
Parar... buscar... recomeçar!

Que toquem as cornetas do mundo...
Ao som do reviver,
quero minh'alma curada,
e ver outro amor nascer...

Quero o brilho de volta, o som angelical,
sentir a esperança, poder amar!
Quero sentir o sol dentro de mim brilhar...

Quero olhar nos olhos do amor...
Sorrir... e ali, outra vez me encontrar!!! "



¯C. Quaresma¯



Quando te se sentires só...
Pensa que mesmo longe,

penso em ti...

Quando sentires tristeza...
Pensa que mesmo longe,

quero-te feliz...

Quando não conseguires sorrir...
Pensa que mesmo longe,

quero ver um sorriso teu...

Quando tua boca se aquietar...
Pensa que mesmo longe,

preciso das tuas palavras...

Quando te sentires sem forças...
Pensa que mesmo longe,

quero ver-te sempre forte.

Quando sentires saudades...
Pensa que mesmo vindo de longe,
estarei chegando para dizer

Que estou aqui...

domingo, 1 de novembro de 2009






Só tão alto quanto o que alcanço posso crescer,

Só tão longe quanto exploro posso chegar,

Só na profundidade para que olho posso ver,

Só à medida que sonho posso ser.