quarta-feira, 25 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
A todas as Mães...
"Palavras para a Minha Mãe
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes. "
José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Obrigado João por este poema lindissimo
O brilho do teu olhar.
É uma lança que me atinge
que me encosta na parede
que sufoca, que aflige...
que me prende numa rede.
É uma hipnose que eu quero
que me faz sorrir e chorar
sair do nada, do zero...
Porque é tempo de sonhar.
Acorrento de passagem
O meu corpo, o meu coração
E embarco numa viagem
Num momento de paixão.
É um desejo por pedir
É um convite por aceitar
É um arco-íris a sorrir
O brilho do teu olhar!
J.silva-29-04-11
segunda-feira, 25 de abril de 2011
MÃE
Sabes, não existem palavras para descrever a tua ausencia...
Hoje... estariamos todos juntos... a almoçar exactamente na sala onde o pai te fotografou...
Ontem... terias feito a bonita idade de 79 anos...
Agora...
Apenas a saudade fica... e permanece...
Adoro-te Mãezinha.... fazes-me Falta!
Beijo
quarta-feira, 20 de abril de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
" Todas as cartas de amor são Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente Ridículas.) "
Álvaro de Campos
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
A meu Favor
" A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça. "
Alexandre O'Neill
domingo, 6 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Ausencia
" Eu deixarei que morra
em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."
Vinicius de Moraes
"A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta,
que se defende,
que se fecha,
que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo,
no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor,
de amizade,
de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar,
o que tem medo de ferir
e ferir-se,
o ser casto da mulher,
do amigo,
do povo,
do mundo.
Esse queima como uma lâmpada triste,
cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção,
as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio,
semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."
Vinicius de Moraes
domingo, 30 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Pedras no Caminho...
" Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
(Fernando Pessoa)