Tu ensinaste-me a fazer uma casa:com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti
e em ti meus versos procuraram voz e abrigo...
E em ti guardei meu fogo e meu desejo.
Construí a minha casa.
Porém não sei ja das tuas mãos...
Os teus labios perderam-se entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria e a minha boca triste
como um cemiterio de beijos....
mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhas proíbidas
quando as nossas mãos surgiam por detras de tudo...
para saudar o vento.
E vejo o teu corpo perfumando a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de passaros
que agora se recolhem,
enquando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome...
Joaquim Pessoa
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