Encheram profunda taça e envolveram-se em fervor.
Ficou-lhes na boca — presa ao crescente desejo de mais beberem,
de mais conhecerem — o sabor da outra Vida maior,
onde os levara o ensejo de ultrapassarem a carne.
Em solidão limitados,
num barco sem dia a dia, compromissos ou tratados,
singram velozes sem tempo, definidos pela estrela que lhes indica,
serena e nitidamente, o norte.
Encheram de novo a taça; incha mais a panda vela.
E para serem iguais, apenas lhes falta a Morte!
António Salvado, in "Difícil Passagem"
2 comentários:
Poema forte.
Olá... Anónimo,sê bem-vindo!
Sim de facto é um poema forte... tal como eu...
Volte sempre que queira.
Kris
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