" Apetece-me abrir-te as pernas e lamber-te.
Fazer isso durante muito tempo até ouvir a tua voz perder-se e depois entar por ti adentro mantendo o ritmo e a distância para te poder ver numa perspectiva de observador imparcial.
Inquietar-te com pequenas perguntas violentas, fazer-te repetir desejos e segredos, abusar de ti sem remorso nem perdão.
Quero que venhas uma e depois outra vez mais lentamente. Que acabes por chorar baixinho e me peças tudo de novo outra vez.
Esquece-te de mim.
Não sou eu.
És tu que vens para me livrar de mim.
Eu por mim repetia já este intervalo elementar fora das garras do tempo.
Começo por aqui. Heide-de ir não sei para onde. Agora do mundo só me interessa este quente, sombrio e húmido minusculo pedaço do teu corpo a encher-te de prazer com a minha boca.
Não ha nada como isto para me livrar de mim. Tu que dizes?
Calemo-nos.
- O meu sexo é enorme. O teu é pequenino. Belo contraste neste fim de tarde em que tudo sabe a mar profundo e a esquecimento.
O meu sexo é pequeno. O teu enorme. Engole-me por completo, peço-te, e que não fique nada destas horas em que nos demos.
Vem e desfaz-me, querida.
Não quero saber de nada.
Morde-me a orelha como um furacão.
Agarra-me com a tua boca por cima do coração.
Encontra o ponto subtil em que me fazes vir a ti.
Faz-me esquecer de mim,
que o meu sexo és tu que o tens em ti. "
In Vida de Adulto
Pedro Paixão
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