segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bastava-nos amar. E não bastava


Bastava-nos amar. E não bastava

O mar e o corpo? O corpo que se enleia?

O vento como um barco: a navegar

pelo mar. Por um rio ou uma veia.

Bastava-nos ficar e não bastava

o mar a querer doer em cada ideia.

Já não bastava olhar. Urgente: amar.

E ficar. E fazermos uma teia.

Respirar. respirar. Até que o mar

podesse ser amor em maré cheia.

E bastava. bastava respirar

A tua pele molhada de sereia.

Bastava, sim, encher o peito de ar.

Fazer amor contigo sobre a areia.




Joaquim Pessoa

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